sexta-feira, 28 de maio de 2010

Figos+Chocolate+Amêndoa=Combinação Feliz

A minha "super costela" Algarvia é que me dá um enorme gosto por figos, figos frescos, figos secos, figos recheados… figos…. Se para algumas das meninas que participaram na já tão falada viagem ao Algarve o difícil foi resistir aos fantásticos biscoitos de alfarroba para mim o problema foram os figos… que já desapareceram ;)
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No outro dia numa passagem por uma loja “gourmet” vi uma caixas de figos recheados com chocolate e cobertos de chocolate…. Não sei exactamente como eram porque não os comprei…. Atacada que fui pela “não modéstia” que ás vezes me assalta quando digo, “Isto eu também fazia” :)
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Foi chegar a casa e meter mãos à obra…. para “personalizar” a receita resolvi decorar com umas amêndoas laminadas já que o Algarve é a terra das amendoeiras.
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Dizer-vos que ficaram muito bons é dizer pouco! A receita não tem quantidades porque dependerá da gulodice de cada um, mas com 50gr de Chocolate e 50ml de Natas já se recheiam muitos figos.
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Ingredientes:
Figos Secos
Chocolate e Natas em Partes Iguais
Chocolate para cobrir
Amêndoas laminadas
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Começar for fazer um orifício na base de cada figo de forma a que seja fácil introduzir o recheio.
Derreter o chocolate e as natas no microondas a 180º (ou em banho Maria) até formar um creme liso e brilhante. Deixar arrefecer um pouco este creme e com a ajuda de uma seringa ou de um saco de pasteleiro rechear cada figo.
Mergulhar cada um dos figos no chocolate que entretanto também foi derretido no microondas a 180º durante uns 3 minutos (depende da quantidade do chocolate) passar cada um por amêndoa laminada e deixar secar.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Aveludado de Brócolos com Ricotta

Com a chuva e o frio de volta, voltam também as sopas “mornas”, infelizmente as sopas frias das quais sou absolutamente fã ainda não conseguiram chegar este ano à minha mesa.
Esta sopa é feita com um legume que não gera muito consenso… mas o mais interessante é que leva apenas isso…. Brócolos.
O Toque de diferença é dado pelos seus “acompanhantes” uma noz de ricotta e umas gotas de azeite de trufa.
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Ingredientes:
Brócolos
Ricotta
Cebolinho
Parmesão
Sal e Pimenta
Azeite de Trufa
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Escorrer a ricotta de forma a ficar o mais “seca” possível. Misturar o parmesão ralado e o cebolinho muito picado e temperar com sal e pimenta. Esta pasta pode perfeitamente ser servida com umas tostas ou com uns legumes crus (Cenoura, Pepino, Tomate etc).
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Colocar os brócolos numa panela e cobri-los de água, temperar com sal e pimenta e levar ao lume até estarem cozidos. Escorre-los mas reservar a água da cozedura. Misturar um pouco de água e ir triturando-os até obter um puré suave, a ideia é ir misturando a água aos poucos. Rectificar o sal e a pimenta.
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No momento de servir, formar pequenas “nozes” de ricotta e colocar uma noz em cima de cada prato de sopa. A sopa deve ser servida morna para o queijo não derreter.
Temperar com umas gotas de azeite de trufa.
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Esta é uma receita do Chef Henrique Sá Pessoa feita na Cozinhomania algures em 2007.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Bolo de Mel da D. Otília

Gosto que me contem histórias, sempre gostei. Tenho uma "insaciável" curiosidade pelas mais variadas coisas e por isso de tudo o que aconteceu nos dias dos "Paladares do Sul" foram as pessoas que mais ficaram na minha memória…. as pessoas que me passaram conhecimentos, as pessoas que me ensinaram coisas novas…! .

A D. Otília é uma empreendedora extraordinária… vive em Cachopo, uma aldeia no meio da serra Algarvia, mas isso não a impede de fazer mil coisas, não é o isolamento, nem a distância que são para ela limitadoras…. levou anos até conseguir que as distribuidoras deixassem jornais no seu quiosque… mas conseguiu….! E agora como ela dizia, “vendo 2 Correio da Manhã e 2 Marias, mas o que interessa é que as pessoas lêem…"!
Como é que se pode não se gostar de uma pessoa assim?
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É uma conhecedora das plantas, das ervas aromáticas e medicinais e lançou-nos um pequeno desafio…. Levou 3 termos de chá e devia-mos adivinhar de que erva era feito cada um deles. A Mónica foi a primeira a adivinhar, era de Camomila, depois veio o de Poejo que a Pipoka logo desvendou, o último era de tomilho e fui eu a primeira a dizer. Bem…. acho que disse ao mesmo tempo que a Pipoka, mas ela já tinha o seu saquinho de Poejo…;)
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Para acompanhar o chá e porque nesse dia ainda não tínhamos comido nada… :)) levou 2 bolos, um de mel e outro de chocolate…. Adorei o de mel e fui logo "desavergonhadamente" pedindo a receita ;)
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E cá está ele... esta tacinha é apenas 1/3 da receita original e as únicas alterações que fiz foram reduzir a quantidade de açúcar (eu sei que os Algarvios são gulosos ;)) e transformar a unidade “cascarões”* em colheres de sopa.
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Não sei se ficou ou não igual ao da D. Otília… mas ficou o suficientemente parecido para me transportar de novo para um banco de madeira no meio da serra algarvia e ouvir a sua voz enérgica ao mesmo tempo que mexia a mãos num entusiasmo contagiante.
Foi o suficiente para voltar a ouvir o eco das vozes femininas que se atropelavam a tentar adivinhar a erva que o chá continha… enquanto havia sempre uma que dizia “calma, que ainda não chegou aqui”… :) ficou parecido o suficiente para eu ter saudades daquelas horas (e dias) felizes e isso é o que importa.
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Ingredientes:
9 Ovos
225gr de Açúcar
3 Colheres de Sopa de Mel
1 Colher de Sopa de Canela
1 Colher de Sopa de Fermento para bolos
1 Colher de Sopa bem cheia de Farinha
3 Colheres de Sopa de Azeite
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Misturar todos os ingredientes e está pronto a ir ao forno. Não se assustem que fica bastante líquido, por isso não esperem um bolo alto e fofo, fica mais um bolo baixo, suave e esponjoso.
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Eu usei uma forma de louça que não untei e como se pode ver foi fácil não ficar colado à forma. Cozi a 200º até espetar um palito no meio e este sair limpo (mais os menos 20/25 minutos) a meio achei que já estava a ficar muito corado e por isso cobri com papel vegetal para acabar de cozer sem ficar queimado.

*A D. Otília disse-nos que o azeite era medido em “cascarões” (cascas de ovo) :))

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Espargos com Ricotta e Presunto

Lembro-me de já aqui ter falado do meu amor pelos espargos…. Todos os anos espero ansiosamente a chegada de dois alimentos, os espargos e os alperces, posso ter saudades de Tomate, de Morangos, de Figos, de Favas e até de Cerejas mas nada se compara a estes dois que estão no Top dos Tops ;)
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A inspiração para esta receita partiu de uma fotografia que vi na revista Saveurs deste mês. Os senhores da Saveurs que me desculpem mas achei que a foto não condizia com o modo de preparação descrito na receita… Era suposto ir tudo ao forno ao mesmo tempo… Eu comecei logo a imaginar os espargos crus com as pontas queimadas… A ricotta toda desfeita… Eu a abrir a porta do forno de 5 em 5 minutos… Enfim… Uma curta metragem digna de um prémio em Cannes…. :)))
Assim que fiz o costume…. Cortei caminho ;) O resultado foi um almoço feito em menos de 10 minutos já com foto incluída ;)
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Ingredientes:
Espargos Verdes Frescos (4 a 5 por pessoa)
Ricotta (uma colher de sopa bem cheia por pessoa)
Presunto (uma fatia por pessoa)
Manjericão
Sal e Pimenta
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Misturar a ricotta com manjericão muito picado e temperar com sal e pimenta.
Colocar ao lume água com sal enquanto se arranjam os espargos. Eles têm a particularidade de “falar” isto é, dizem por onde devem ser cortados, basta fazer uma ligeira pressão junto do pé (na parte mais amarelada) para eles se partirem.
Quando a água estiver a ferver cozem-se os espargos durante 2 ou 3 minutos, retiram-se da água quente e passam-se imediatamente por água fria para parar o processo de cozedura e manterem a cor o verde (a este processo chama-se branqueamento)
Seca-los bem e fazer um montinho com 4 ou 5 espargos, colocar uma colher de ricotta sobre cada montinho e envolver numa fatia de presunto.
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Servi com uma salada de rúcula e tomate cereja temperada apenas com flor de sal e o excelente Azeite Cobrançosa da Herdade Monte Rosa.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Tiramisu de Alfarroba

Dias felizes, correr, sorrisos, falta de paciência, correr, respirar, alegrias, desilusões, correr, trabalhar, comer, dias cinzentos, gargalhadas, acordar, cansaço, vitórias, correr, prazos, dias bem passados, reuniões, felicidade, stress, momentos de liberdade, correr, tentar chegar a tudo, deixar coisas de lado, correr, dias cor-de-rosa, noites mal dormidas, vontade de ficar, vontade de partir, desejo de mudar, vontade que tudo fique na mesma, dias felizes….
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Da montanha russa que têm sido as minhas últimas semanas só podia resultar algo aparentemente impossível…. A junção entre a terra onde nasci e o país que sempre me fascinou desde que me conheço como gente…. Quando o Algarve e a Itália se juntam o resultado pode ser inesperado mas posso garantir-vos que é delicioso ;)
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A inspiração chegou na cesta que nos foi oferecida pela A.S.A no fim da nossa estadia, mais que perfeita, por terras Algarvias. O mais difícil foi guardar alguns dos biscoitos de alfarroba da Quinta das Atalaias porque são realmente deliciosos!!
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Ingredientes:
3 Ovos
250gr de Mascarpone
75gr de Açúcar
Vinho do Porto
Biscoitos de Alfarroba
Alfarroba em Pó
Café muito forte
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Bater as gemas com o açúcar até formar um creme esbranquiçado, envolver depois o mascarpone (envolvo sempre com uma colher... a amiga Italiana que me deu a receita disse-me que não se deve usar a batedeira e eu acreditei).
Bater as claras em castelo e mistura-las no preparado anterior. Aromatizar o creme com um pouco de Vinho do Porto.
Molhar ligeiramente os biscoitos no café bem forte e dispo-los na base de uma taça grande ou em taças individuais, cobrir com o creme e polvilhar com alfarroba em pó, ir fazendo camadas sucessivas sempre com a mesma ordem de ingredientes.

terça-feira, 4 de maio de 2010

O Ouro Líquido

De todas as actividade que efectuamos no âmbito do convite feito pela ASA, a visita aos Viveiros Monte Rosa foi uma daquelas que me ficou mais presente…. Talvez porque o meu espírito curioso (de rapariga Sagitário) tenha ficado satisfeito com tanta informação… ;)
A verdade é que eu sabia zero sobre produção de azeite… “mea culpa” confesso, porque já que andamos nisto da blogosfera culinária acho que nos fazem falta sempre mais alguns conhecimentos….
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Talvez só por isso ou por tudo isto, tudo foi tão gratificante…. E depois houve o Senhor Detlev Von Rosen… imaginem um Senhor (não vou arriscar a idade) que vive em Portugal há mais de 40 anos, que tem um ligeiro sotaque Francês mas que é Sueco… Tem um tom de voz suave mas que deixa transparecer através dele todo o amor e a paixão por aquilo que faz.
Explicou-nos todo o processo, respondeu às nossa perguntas curiosas e talvez óbvias e no fim ainda disse uma frase que me ficou marcada na memória… “Aos 30 anos eu não sabia que este seria o meu caminho, mas agora sei que tudo foi feito neste sentido… para aqui chegar”… Quem me dera poder dizer o mesmo daqui a 30 anos!
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Mas vamos ao azeite… A sua produção é antiquíssima e existem ainda activas oliveiras com mais de 2000 mil anos, a árvore vai abrindo e forma como se fossem dois trocos separados. São árvores que se dão muito bem no clima mediterrânico porque beneficiam da brisa marítima, que faz com que as folhas estejam em constante movimento.
O mais curioso é que durante muitos anos o azeite não era usado na alimentação, mas como lubrificante nas rodas dos carros de cavalos ou na iluminação pública.
O facto dos Romanos terem acesso à luz nocturna dada pelas lamparinas de azeite permitia-lhes algo muito inovador para a época mas que hoje nos parece banal… ler à noite.
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Eu que não sou do tempo dos Romanos :) ainda me lembro do azeite ser considerada uma gordura “má”, mas com as descobertas dos benefícios da tão falada “Dieta Mediterrânica” tudo mudou e hoje sabe-se que o azeite não só é uma gordura “boa” como é um dos alimentos que melhor faz à saúde.
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São sempre inevitáveis algumas comparações entre o azeite e o vinho, uma vez que ambos são influenciados, quer pelo tipo de fruto utilizado quer pelo tipo de solo onde a planta se desenvolve. Mas ao contrário do vinho que muitas vezes melhora com a idade, o azeite deve ser consumido no prazo de 1 ano.
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Um bom azeite é muitas vezes considerado um produto caro, mas sabiam que para obtermos 1L de azeite são necessários 6kg de azeitonas? E claro, existem azeites e azeites, se estivermos a falar de um Azeite Virgem Extra o seu teor de ácido oleico ou seja a sua acidez não deve exceder os 0,8% mas se azeite for virgem a acidez poderá variar entre os 0,8% e os 2%.
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No entanto aquilo que torna o azeite mais os menos “amargo” não é a sua acidez mas a quantidade de polifenóis que contem. Estes polifenóis são uma enzima antioxidante que reduz, por exemplo, a formação de radicais livres, os grandes responsáveis pelas rugas e pelo envelhecimento da pele (aquilo que nos andam a convencer que os cremes de rosto também fazem) se calhar não era por acaso que as nossas avós o usavam como hidratante.
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Na Herdade Monte Rosa são cultivadas quatro variedades de azeite, Maçanilha, Cobrançosa, Verdeal e Picual. Nesta herdade a exploração de azeite começou em 2000, é obtida de forma totalmente biológica e todas as variedades são Virgem Extra.
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Foram-nos dadas a provar as variedades Maçanilha (um azeite frutado suave) e Cobrançosa (um azeite frutado mais picante). As quatro variedades são vendidas através da internet directamente ao consumidor e são enviadas por correio para todo o mundo. Para obter mais informações basta entrar no site.
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Tenho a perfeita noção que a imagem é muito mais apelativa do que as palavras.... por isso parabéns se conseguiram chegar até ao fim deste longo texto :)
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Mas se quiserem ver fotos verdadeiramente espantosas desta Herdade nada como ir dar um passeio até outros blogs de meninas muito talentosas que já escreveram sobre esta mesma viagem. São elas a Gasparzinha, a Laranjinha e a Mónica.